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Prédio da Câmara Municipal comemora 20 anos de inauguração

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  1. Quantas histórias cabem em 20 anos? São incontáveis. Entretanto, os projetos de lei do Executivo e Legislativo estão documentados: cerca de 4.500 foram discutidos no plenário da nova Câmara de Vereadores de São Bento do Sul entre 2005 e 2025, pelos mais de 60 vereadores que passaram pela Casa Legislativa por essas duas décadas. Todos eles puderam zelar pelo prédio inaugurado no dia 29 de julho de 2005, trazendo modernidade, amplitude, proximidade com os munícipes e os traços da cultura germânica para embelezar ainda mais a cidade, que, na época, beirava os 75 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Para a ex-presidente do Legislativo, Clelia Roesler, o município precisava de um novo espaço para abrigar a Câmara Municipal. O prédio usado pelos vereadores desde 1904, na Rua Jorge Lacerda, no Centro, embora histórico, estava deteriorado e marcado pela época em que foi construído, em um cenário nada favorável para mulheres. “Para se ter uma noção, lá não tinha nem banheiro feminino”, comentou. Clelia, que foi a primeira vereadora e primeira presidente mulher da Câmara de São Bento do Sul, decidiu, então, que usaria o orçamento disponível e colocaria a vontade em prática.

 

Junto do marido, o também ex-vereador Arno Roesler, projetou o prédio em 2003, nos mesmos moldes da casa de Cecília Buschle, na Rua Jorge Lacerda, que é um patrimônio tombado da cidade. “Nós não queríamos fazer um ‘caixote’, e sim, algo que remetia as construções da Alemanha. Então copiamos a casa da dona Cecília para dar um foco diferente e tradicional ao prédio”, relembrou. O lugar atual da Câmara, na Rua Vigando Kock, no Centro, surgiu de uma conversa entre Clelia e Hilário Rank, presidente da Fundação Cultural da época. Ele a disse que estava reservando aquele espaço para construir a Casa da Cultura na cidade, entretanto, se fosse do interesse da presidente, cederia o terreno para a Casa Legislativa. Assim aconteceu.

 

A ex-vereadora relembra com carinho a trajetória percorrida desde o início da construção, principalmente por ter ao seu lado o marido, que foi o principal incentivador político. “Eu tenho muito orgulho. Quando entro na Câmara, falo: Meu Deus, eu tive coragem de fazer isso aqui”, brincou. Todavia, ela reconhece que Arno esteve ao seu lado em cada momento. Ele faleceu em maio de 2025, deixando um grande legado a São Bento do Sul e, principalmente, à amada Clelia.

 

Finalização

 

 

 

A obra não ficou pronta a tempo de Clelia inaugurá-la como presidente, entretanto, foi abraçada pelo novo chefe do Legislativo, Deodato Hrushcka. Ele deu sequência ao trabalho, trazendo adaptações ao projeto, como acústica, acessibilidade e outras melhorias. Ao ficar pronto, a inauguração foi marcada.

 

O evento reuniu diversos munícipes e autoridades, incluindo o então governador Luiz Henrique da Silveira. Junto dos demais 10 vereadores e do prefeito Fernando Mallon, o governador levantou as mãos e soltou um viva a São Bento do Sul. Todos comemoraram, descerraram a placa de inauguração, presente na entrada do prédio, e adentraram o local.

 

Painel no plenário

 

Não há quem entre no plenário da Câmara de Vereadores de São Bento do Sul e não se encante pelo painel exposto em frente à mesa diretora. Todo esculpido em cedro rosa, as ilustrações retratam de maneira simbólica o passado de São Bento do Sul, desde a chegada dos imigrantes, os tempos atuais, com a modernização, e o futuro, visto através do mundo. Vale ressaltar que a parte cultural da cidade também foi ilustrada, através do casal com trajes germânicos e das notas musicais, que pertencem ao hino de São Bento do Sul. O painel de 32 metros e 300 kg foi confeccionado em 2006, quando Deodato viu a necessidade de dar mais vida à parede lisa do plenário. “Todos sempre falam que São Bento é a cidade da música e do folclore, mas não tinha nada material que simbolizasse, então tive a ideia de fazer um painel que juntasse a cidade dos móveis, da música e do folclore”, comentou. Quem deu a vida a ele foi o artista papanduvense Evaldo Pereira Greinert, que demorou cerca de nove meses para concluir o projeto. A espera valeu a pena, pois o painel se tornou um verdadeiro atrativo aos visitantes.

 

Novos projetos

 

Em 2025, duas décadas após a inauguração, o Legislativo são-bentense segue trazendo qualidade de vida aos munícipes, discutindo projetos relevantes, fiscalizando e atendendo as demandas da população. A Casa segue sob o comando do presidente Gilmar Pollum, que se orgulha em escrever mais um capítulo desta história. “É uma honra estar à frente da 20ª legislatura desta Casa de Leis. Atualmente, nós temos três pilares que regem a nossa trajetória: transparência, eficiência e participação popular”, disse.

 

De acordo com Pollum, a Câmara está vivendo um momento de imersão nas tecnologias disponíveis, trabalhando na implantação de novos projetos, como o Câmara sem Papel, que pretende tornar todos os trâmites da Casa digitais, e o Câmara Na Mão, aplicativo feito para a comunicação do munícipe com o Legislativo. “Também temos como objetivo organizar a lei orgânica do município e o regimento interno. É momento de organizar a Casa para dar mais acessibilidade para a população”, finalizou.

 

A Câmara de Vereadores de São Bento do Sul segue de portas abertas para a comunidade durante a semana, das 7h30 às 19 horas, seja para visitas ou atendimento à população. Inclusive, a Casa de Leis conta com o projeto “Câmara de Portas Abertas”, que explica e promove uma visita detalhada a todos os setores da Câmara.

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