Acusado de atropelar ex-companheira propositalmente com motocicleta é condenado em Itaiópolis
Réu foi condenado a sete anos de reclusão em regime semiaberto
Agosto é um mês especial no Brasil, marcado pela campanha “Agosto Lilás”, que visa aumentar a conscientização e combater a violência contra a mulher. Mais do que apenas um gesto simbólico, essa iniciativa é um apelo à sociedade para que todos reconheçam, denunciem e lutem contra as diversas formas de agressão que as mulheres enfrentam diariamente.
Um caso emblemático que ilustra a urgência dessa luta aconteceu em outubro de 2017, em Itaiópolis. Um homem tentou atropelar sua ex-companheira com uma moto. O crime, que foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), resultou na condenação do agressor por tentativa de homicídio duplamente qualificado, considerando tanto o feminicídio quanto o uso de um recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na quinta-feira, 21, o julgamento do réu ocorreu na sala do Tribunal do Júri. Ele foi condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto, embora não tenha comparecido à sessão, mesmo tendo sido devidamente intimado.
De acordo com a denúncia do MPSC, o crime se deu na noite de 28 de outubro de 2017, em uma rua movimentada no centro de Itaiópolis. O réu, pilotando sua motocicleta, subiu na calçada da avenida Nereu Ramos e dirigiu-se intencionalmente em direção à sua ex-companheira, que caminhava ao lado de uma amiga. Ambas foram atingidas pelo veículo.
A ação penal revela que a ex-companheira do acusado ficou gravemente ferida, necessitando de internação, cirurgia e tratamento hospitalar. Ela chegou a desmaiar após o impacto da moto.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain argumentou que “o acusado agiu com a intenção de matar, surpreendendo a vítima pelas costas enquanto ela caminhava. A tentativa de homicídio não se consumou devido a fatores fora do controle do agressor, já que a vítima não foi atingida em uma área vital”.
Os jurados acolheram a argumentação da Promotoria, reconhecendo as qualificadoras e o fato de que o crime foi cometido contra uma mulher, o que levou à condenação. O réu ainda pode recorrer da decisão.
Essa situação reforça a importância de campanhas como o “Agosto Lilás”, que buscam não apenas aumentar a conscientização, mas também promover ações efetivas contra a violência de gênero.