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Médico é condenado a 30 anos de prisão por homicídio após erro grave em atendimento

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Médico foi julgado pelo Tribunal do Júri em São Bento do Sul e condenado a 30 anos de prisão em regime fechado

 

Foto Médico é condenado

Imagem:https://br.depositphotos.com/fr

 

Paciente morreu após aplicação de medicação sem técnica adequada; médico atuava pelo SUS e cobrou pelo procedimento

 

Na madrugada do dia 16 de dezembro de 2012, uma mulher buscou atendimento no Hospital de Campo Alegre, onde foi atendida por um médico do Sistema Único de Saúde (SUS). Após uma avaliação, o médico receitou soro intravenoso, mas retornou por volta das sete da manhã para aplicar um procedimento de infiltração na perna esquerda da paciente.

 

O que deveria ser uma abordagem médica responsável se tornou um pesadelo. O médico sabia que a condição da mulher não justificava o tratamento que estava realizando e, mesmo assim, exigiu dinheiro pelo serviço, o que é ilegal. O procedimento foi feito de maneira irregular, sem a técnica adequada ou o devido acompanhamento de enfermagem, e, para piorar, não foi registrado no prontuário da paciente. Como resultado, a mulher desenvolveu uma contaminação bacteriana na coxa esquerda.

 

Apesar de relatar dores e dormência, o médico mandou a paciente para casa. No mesmo dia, ela retornou ao hospital, mas apenas recebeu a prescrição de um comprimido e foi orientada a ir embora novamente. Após uma noite de sofrimento, a mulher voltou ao hospital e foi atendida por outro médico, que, diante da gravidade do estado dela, a encaminhou para outra unidade. Infelizmente, ela faleceu no dia seguinte, em decorrência de uma infecção generalizada.

 

Nesta segunda-feira, 25, o médico foi julgado pelo Tribunal do Júri em São Bento do Sul e condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por homicídio com dolo eventual qualificado por motivo torpe. Durante a sessão, a promotora de Justiça Gabriela Arenhart fez um discurso contundente, ressaltando sua responsabilidade como representante da sociedade.

 

“Venho aqui não só com a força da lei, mas com o compromisso ético de honrar a memória da vítima. O que aconteceu neste caso não foi apenas um erro médico; foi uma aprovação consciente do risco de matar. O médico, que deveria proteger a vida, agiu com descaso por ela”, declarou a promotora.

 

O réu deverá iniciar o cumprimento da pena imediatamente e não terá o direito de recorrer em liberdade, conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal, que estabelece que as sentenças do Tribunal do Júri têm efeito imediato.

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